•     Aveiro, uma cidade a descobrir... 

    A Cidade de Aveiro terá nascido, extra-muros e separada por um braço da ria, a partir do povoado muralhado e construído em 1419 em função do mandado do Infante D. Pedro.

    Aveiro, metrópole conhecida como a “Veneza Portuguesa” devido às suas características e semelhanças pelos canais da ria que a transpõem, está integrada na zona Centro do País.

    Esta cidade de clima ameno onde as temperaturas não sofrem grandes oscilações ao longo do ano, sendo por isso convidativa quer nos meses de Verão, quer nos de Inverno, é capital de distrito contendo dezanove concelhos e catorze freguesias.

      Partindo agora para a vertente tradicional de Aveiro pode-se referir que os costumes desta metrópole estão intrinsecamente lizgados ao mar não só pela proximidade a este, pela sua formosa ria surgida a partir de um acidente hidrográfico – recuo do mar e consequente formação de laguna – mas também devido ao facto de todo o processo de evolução urbana e de desenvolvimento da cidade de Aveiro ter como principal origem a actividade comercial marítima e portuária associada à pesca local e longínqua. Contudo, convêm referir que esse processo de evolução e desenvolvimento urbano deveu-se ainda à exploração das salinas, hoje quase extintas, e à indústria de construção naval. Outro aspecto fulcral para o crescimento desta localidade foi a criação da rede de transportes rodoviários e ferroviários que vieram proporcionar a mobilidade da população.

    Este povoado prima e prospera ainda pela sua belíssima Ria uma vez que esta, além de permitir iluminar e embelezar a paisagem Aveirense, e constituir um factor que contribuiu para o crescimento da cidade, é uma ria que abriga uma diversidade de habitats, o que lhe concede uma importância ecológica, e possui grandes planos de água, factor que a converte num local de eleição para a prática de todo o tipo de desportos náuticos e de passeios turísticos.

    Por todos os factos supra-citados, mas também pela circunstância de ser utilizada para a produção de sal, uma das actividades tradicionais mais características de Aveiro, esta laguna consta de um célebre património dos entes Aveirenses. A salicultura Aveirense, praticada por meio de técnicas milenares, já teve grande importância na economia da cidade, contudo com o decorrer dos anos esta actividade perdeu a sua relevância. Todavia, é pertinente expor que esta cultura apesar de ver diminuída a sua laboração e importância continua viva existindo actualmente dezenas de salinas em laboração.

    Quanto ao Norte desta formosa Ria, pode-se mencionar que são as frequentes navegações dos barcos moliceiros que dão cor à paisagem. Este ex-líbris da região é um tipo de embarcação originalmente destinada à colheita e transporte da vegetação da Riade Aveiro, ocupação conhecida pelo termo popular de “apanha do moliço”, nome vulgar para designar, sem distinção de espécies, as plantas que constituem a vegetação submersa da ria. Mas, em tempos também foi utilizado para o transporte de mercadorias ou gado. Actualmente, estas elegantes barcas andam pela ria a fazer visitas guiadas aos turistas que visitam a cidade, principalmente durante o Verão.

    De entre os barcos típicos da região, o moliceiro é considerado o mais elegante, devido à sua riqueza em termos decorativos. Nestas embarcações são profusamente utilizados elementos marinhos e rurais, como temáticas ornamentais. É também característica destes a presença de uma legenda, dizeres de carácter único e cheios de graça, que apenas têm como limite a imaginação do seu autor.

    Como foi possível verificar Aveiro é uma cidade contemplada pela mãe natureza, todavia nem só do natural prima a metrópole. Em 1972 Aveiro viu nascer a sua Universidade, uma infra-estrutura que conduziu a um aumento na implantação de serviços, contribuindo assim para o desenvolvimento da cidade. Esta edificação educativa elevou o estatuto da cidade, devido ao facto de ser considerada e reconhecida como uma das melhores e mais inovadoras de Portugal, mas também por constituir um foco de atracção de estudantes de todas as povoações do País e do Mundo, factor este que conduziu a um aumento dos serviços e a um consequente crescimento da cidade.

    A génese da Universidade de Aveiro contribuiu ainda para o nascimento do GRETUA (Grupo Experimental de Teatro da Universidade de Aveiro), grupo teatral cujos membros, alguns diga-se, vieram dar origem à Efémero – Companhia de Teatro de Aveiro.

    Em suma, Aveiro é uma terra detentora de diferentes paisagens que se combinam de modo exemplar. É também um local onde o mar percorre a costa convidando os turistas a desfrutarem dos seus atractivos próprios, encantos estes que podem ser conhecidos viajando nos cómodos e belos moliceiros. Aveiro detém ainda o privilégio de estar edificada sobre uma planície, facto que a leva a convidar os transeuntes a deslocarem-se nas formosas Buga – bicicletas self-service – disponíveis a todos quantos se entreguem à arte de pedalar como estilo urbano de vida. Aveiro é igualmente a cidade onde a tradição e a actualidade se combinam num idílio fértil e feliz.